Televisão brasileira: futuro imprevisível.

irmãos coragem

Leio que “Dez Mandamentos”, da Record, tem batido sistematicamente o Jornal Nacional e a novela “Regra do Jogo”, da Globo, no horário em que disputam. Ao mesmo tempo, vejo a notícia de que a Globo já fez o planejamento de todas as novelas que exibirá até 2018, o que não deixa de ser um gesto de desassombro, que me surpreende.

O Jornal Nacional e a novela das nove (que era das oito e hoje é quase das dez) da Globo, ao longo dos últimos quarenta e tantos anos, se constituíram em ícones do sucesso e da supremacia da emissora. Eram a “cara do Brasil”, como alguém chegou a dizer. Logo, as derrotas no Ibope que vêm ocorrendo, fato inédito, se não me engano, atingem o núcleo da grade de programação da Globo. Pode ser apenas um mau momento. De qualquer forma é um fato que tem que ser levado em consideração, junto com todas as transformações que o audiovisual vem sofrendo.

Quais serão as consequências? Vai tudo continuar na mesma, a ponto de ser possível programar as novelas com três anos de antecedência? Pelo menos as novelas das nove têm a tradição de sempre estarem, de alguma forma, conectadas com o que ocorre no país quando vão ao ar.  Aí eu pergunto: quem, em sã consciência, pode afirmar, nos dias de hoje, que pode prever as configurações que a realidade nacional vai adquirir nos próximos anos?

Também as emissoras concorrentes da Globo se movimentam, solidificando nichos, como os infantis e os épicos. Sem falar nas inovações tecnológicas. Tem gente que diz que a televisão aberta, enquanto tal, não dura mais cinco anos.

As perspectivas do futuro são bem instigantes. Estou curioso para ver no que vai dar.