Estamos lançando a segunda edição de “O Crime da Gávea”, pela editora 7 Letras. Vejam a capa. Terminei o romance em 2002. Na mesma época, escrevi o conto “Laclos”, publicado na revista “Ficções”. Esse reencontro com a literatura, depois de muitos anos, me fez um extraordinário bem. Talvez não por acaso, foi o ano que saí da Globo.
Para quem escreve, a literatura é o mais gratificante dos gêneros. A construção do universo ficcional depende apenas do manejo das palavras. A imaginação do escritor se conecta direto com a mente do leitor, sem intermediários, sem produção.
Mas ganhar a vida com literatura no Brasil é extremamente difícil. Se você quer viver do que escreve, tem que dar um jeito de ir para a televisão. Cinema, em geral, também não resolve, porque o autor-roteirista ainda é pouco valorizado entre nós.
Meu projeto original de vida era a literatura. Às vezes penso que ando fora do caminho desde então e me dá vontade de largar a carreira no audiovisual para me dedicar, até o fim da vida, aos romances e contos que me prometo desde os 20 anos.