Massacre na Praia Vermelha

Hoje me deparei com este link: http://www.strikingly.com/massacreufrj . Eu estava lá, na Faculdade de Medicina. E me referi ao episódio na série que acabo de escrever, “Planalto”, que deve ir ao ar em agosto. Nós ocupamos a Faculdade (naquela época ainda era Universidade do Brasil e não UFRJ), que acabou cercada pela PM. Por que a Faculdade de Medicina foi escolhida, não lembro. De madrugada, a polícia invadiu o prédio, que ficava na Praia Vermelha e depois foi demolido. O pau comeu. Fizeram um corredor polonês de policiais com cassetetes do terceiro andar até a saída. Atravessar aquilo não foi fácil. Doeu. Mas não chegou a ser um “massacre”, pelo menos em vista do que aconteceria nos anos posteriores.
Agora uma informação que pouca gente sabe. Naquela época eu era da diretoria da UNE. Tinha sido eleito da seguinte forma. O congresso, que se realizaria em Belo Horizonte, não aconteceu, por causa da repressão. Houve apenas uma reunião de três militantes das organizações clandestinas de esquerda que comandavam o movimento estudantil: a Ação Popular, a Polop (política operária) e o Partido Comunista. No conchavo, os três dividiram a diretoria da UNE em três partes: cinco cargos para a AP, três para a Polop e dois para o PCB. Eu fui um dos indicados para representar o partidão, no cargo de vice-presidente (eu estava suspenso da faculdade por um ano)
Até aquele ano ainda foi possível uma atuação conjunta do PCB, que se opunha à luta armada, com as organizações que a defendiam. No ano seguinte, houve o rompimento. Mas aí já é outra história.
faculdade de Medicina