Ribeirão do Tempo – Revista da TV Record

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Revista Record – Novembro de 2009

Ribeirão do Tempo será a próxima novela da Record

Definida pelo autor como uma ficção política, a trama será movida por uma série de assassinatos.

Ribeirão do Tempo será uma ficção política, basicamente. Vai ter muito humor, muita ironia e visão crítica sobre o Brasil dos nossos dias”, adianta Marcílio Moraes, autor da próxima novela da Record. Na trama, prevista para estrear nos primeiros meses de 2010, o público vai acompanhar os moradores da histórica cidadezinha de Ribeirão do Tempo, como Joca, Tito, Filomena, Eleonora Durrel, Arminda, Karina e Querêncio.

Sob a direção geral de Edgard Miranda e com Bianca Rinaldi, Ângelo Paes Leme, Caio Junqueira, Juliana Baroni e Solange Couto no elenco, a nova trama vai abordar temas universais, como democracia, ditadura, preservação histórica e do meio ambiente.  Isso sem contar os clássicos itens de um bom folhetim: os romances, os dramas, as aventuras e até os mistérios.

Parte do suspense ficará a cargo de Joca, o herói da história. Desempregado, o jovem resolve investigar uma série de assassinatos, que vão transformar o cotidiano do pacato lugarejo. Mas, em meio à confusão, o rapaz encontra o amor nos braços de Arminda, executiva da multinacional comandada por Madame Durrel, que monta um escritório no local.

Durrel, aliás, volta à sua cidade natal após mais de cinqüenta anos, para encontrar algo que deixou de lado quando ainda era jovem. E, quando for revelada sua verdadeira identidade, acontecerá uma verdadeira revolução, que vai transformar a vida de muita gente.

O personagem Tito é outro destaque da trama. Apaixonado por esportes radicais, ele administra sua empresa de turismo ecológico: a Radical Livre. Ao longo da trama, o rapaz, que arranca muitos suspiros das mulheres e é noivo da fashion Karina, acaba se envolvendo com Filomena, uma moça não muito bonita, mas simpática e prestativa. O triângulo amoroso está formado. Filomena e Karina tornam-se rivais e muitas emoções prometem movimentar esse núcleo.

Outra grande figura da cidade, Querêncio, pai de Filomena, será um personagem que dará muito o que falar. Ele é alvo das constantes gozações da população de Ribeirão do Tempo por estar sempre bêbado e não contribuir com quase nada para a manutenção da casa que divide com a filha.

Essa e muitas outras histórias terão como cenário imóveis seculares de um centro histórico e uma natureza belíssima, reforçada pela existência de um rio em que se pratica canoagem, o Ribeirão do Tempo – que dá nome à cidade e à trama. Para isso, a equipe da novela gravará sequências em Brotas, no interior de Sâo Paulo, e numa cidade cenográfica, que será construída no Rio de Janeiro.

“Pretendo apresentar uma novela que faça rir, pensar e emocionar, não necessariamente nessa ordem”, avisa Marcílio, já trabalhando em ritmo acelerado na produção dos primeiros capítulos do próximo sucesso da Record.

Nascido no dia 27 de julho de 1944, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, Marcílio Moraes começou sua carreira escrevendo contos e peças teatrais. Também foi tradutor, professor, dicionarista, jornalista, crítico de teatro, revisor e publicitário.  Em 1985, entrou para a televisão. Seu primeiro trabalho foi como parceiro de Dias Gomes em “Roque Santeiro”. Depois disso, fez várias novelas e minisséries.

Presidente da Associação dos Roteiristas, em 2005 Marcílio foi contratado pela Record, onde já escreveu as novelas Essas Mulheres e Vidas Opostas, e o seriado A Lei e o Crime. Para 2010, já prepara sua nova trama: Ribeirão do Tempo, que vai substituir Poder Paralelo.

>As telenovelas mudaram muito desde 1985?

Na essência, mudaram pouco. Porque de lá pra cá, a programação da televisão brasileira também quase não s e transformou. Só a nova fase da Record, investindo seriamente em teledramaturgia, começou a mexer no panorama. Hoje temos concorrência e isto está tendo conseqüência na linguagem das novelas.

>Quais as dicas que você dá para quem quer ser um autor de novela?

É muito difícil tornar-se um novelista hoje, porque são poucas as oportunidades. E a exigência é muito grande, no sentido de resultados, já que o investimento das emissoras é altíssimo. Então a tendência é apostar em quem já tem experiência. Mas acho que quem quer escrever novelas deve, antes de tudo, ler os grandes romances clássicos da literatura dos séculos XIX e XX, para se preparar artisticamente. Depois, familiarizar-se com a linguagem do roteiro. E aí correr atrás de uma oportunidade.

>Fale um pouco da sua rotina de trabalho?

É simples. Quando estou escrevendo uma novela, não faço mais nada na vida. Não dá tempo. Escrevo dia e noite.

>Como você analisa o crescimento das novelas da Record?

É o fato mais auspicioso que ocorreu na televisão brasileira em muitas décadas. A Record faz um investimento sério, de longo prazo, aposta nos profissionais e tem tudo para realmente disputar a liderança.

>Depois de um grande sucesso como A Lei e o Crime, há sempre uma grande expectativa do público pelo novo trabalho do autor. Como você lida com isso?

Fico um pouco aflito. A Lei e o Crime foi um acerto muito grande. E as pessoas criaram a expectativa de que sou um autor que escreve sobre violência urbana. Ribeirão do Tempo será diferente. Qual vai ser a reação?

>O filme baseado no seriado A Lei e o Crime vai mesmo ser rodado? Como será a trama?

Espero que sim, porque estou escrevendo o roteiro. A trama se passará alguns anos depois do momento final da série e levará a um desfecho de tudo que a série deixou em aberto. Vai ter muita ação, muita emoção e também um certo romantismo selvagem.