Direitos autorais no STF

 

justiça

Fui aceito, pelo Ministro Luiz Fux,  para participar da audiência pública que discutirá “alterações no marco regulatório da gestão coletiva de direitos autorais no Brasil”. Isto se refere à lei aprovada pelo Congresso ano passado determinando a fiscalização do ECAD pelo Minc.

Meu nome aparece como presidente da AR, o que, claro, é um equívoco. Hoje sou apenas membro do Conselho da entidade.
Quanto à audiência, alguém pode questionar o que eu, quer dizer, nós autores-roteiristas temos a ver com problemas do ECAD e sua fiscalização. Temos sim, ainda que de forma indireta.
Os titulares do direito autoral na obra audiovisual, segundo a lei em vigor, são o músico, o diretor e o autor-roteirista. No entanto, só os músicos, pelo mérito da sua própria luta, ressalve-se, recebem pela exibição das suas obras. Há mais de uma década que autores-roteiristas e diretores lutam para fazer valer seus direitos. O Minc promoveu durante anos seminários, reuniões, grupos de trabalho, etc, para discutir a revisão da lei. Participamos ativamente disso tudo. No entanto, o projeto de revisão da lei 9610 jamais saiu dos escaninhos burocráticos do Ministério da Cultura.
O parto da montanha acabou sendo apenas essa tal lei 12.853, para criar fiscalização sobre o órgão arrecadador dos músicos… Quanto aos nosso direitos, ninguém mais falou.
Quer dizer, o Congresso, o Governo, o Minc vão se ocupar, vão fiscalizar, dos três titulares do direito autoral,  aqueles que já os recebem, e se lixam para os outros dois titulares que estão a chupar dedo, ou coisa pior.
Em suma, vou me aproveitar dessa audiência para relembrar e reafirmar os nossos direitos. O Ministro Fux, ao me convidar, aceitou implicitamente que meus argumentos merecem ao menos ser ouvidos.
Vejam aí nesse link da convocação as companhias ilustres de que desfrutarei: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/audienciasPublicas/anexo/CRONOGRAMA__AUDIENCIA_PUBLICA__pdf.pdf
Marcilio Moraes