O Incêndio do Reichstag e a democracia

Reichstagsbrand

No próximo dia 27 de fevereiro faz 86 anos que o Reichstag (parlamento alemão) pegou fogo. Lembrar o evento é importante porque foi a partir dele que o nazismo verdadeiramente se instalou na Alemanha. Um pedreiro comunista desempregado (lúmpen) foi preso. Hitler, que havia sido empossado como chanceler um mês antes, se aproveitou da situação e acusou os comunistas de tentarem um golpe contra o governo. Quatro líderes comunistas foram encarcerados, inclusive um búlgaro, chamado Dimitrov, que ficou famoso pela sua defesa diante do tribunal nazista, demonstrando que foram os próprios nazistas que atearam o fogo.

Hitler usou o argumento da conspiração para convencer o presidente Hindenburg a decretar uma lei de emergência suspendendo provisoriamente as garantias constitucionais, o que lhe deu poder para prender não apenas os comunistas mas todos os opositores, acabar com a liberdade de imprensa e esmagar a democracia. O decreto só foi revogado quando o nazismo acabou.

Como vejo muita gente acusando e falando mal dos parlamentares, pedindo inclusive o fechamento do Congresso, achei uma boa lembrar este acontecimento histórico, que mostra a importância de preservar o parlamento, com todos os seus defeitos. Quando ele pega fogo, podem estar certos que a democracia acaba e a barbárie começa. E incendiários é o que não falta por aí.