Em Petrópolis, no antigo palácio Rio Negro, onde os presidentes passavam o verão, antes da mudança da capital para Brasília, existe um museu da Força Expedicionária Brasileira, FEB, que teve participação heroica na Segunda Guerra. O símbolo da FEB era a Cobra Fumando, este da foto, que encima a entrada do museu.
Naquela ocasião, as Forças Armadas Brasileiras foram à Itália lutar contra o fascismo e o nazismo. Havia uma contradição nisso, porque o país que mandava tropas para lutarem pela democracia na Europa era governado pela ditadura de Vargas.
Quando nossos soldados voltaram Getúlio até que tentou, mas não conseguiu se segurar. Estes foram momentos gloriosos das nossas forças armadas que, a despeito disso, vinte anos depois, caíram na tentação autoritária e deram o golpe de 64. Claro que o contexto histórico da guerra fria era completamente outro e ficaria muito extenso discutir aqui.
O importante é que agora, depois de mais de 30 anos de plena democracia, vem o Presidente da República assustar a população responsável com a invocação dos mais nefastos instrumentos autoritários de que fez uso a ditadura de 64, talvez na expectativa de seduzir a atual alto comando militar a se meter em nova trágica aventura contra a liberdade.
Eu não acredito que tenha sucesso. Não apenas o contexto histórico é diferente, como a cúpula militar de hoje em dia tem outra mentalidade.
A heroica Cobra que, na Campanha da Itália, botou para correr fascistas e nazistas, não vai fumar a bagaça mofada do delírio autoritário do Sr. Bolsonaro e seus fanáticos.