Relembre os autores entrevistados na série
‘Contadores de histórias’
Reportagens foram publicadas ao longo deste ano na Revista da TV
1. Manoel Carlos
A ausência de método para trabalhar foi uma das muitas curiosidades reveladas por Maneco, em entrevista que abriu a série especial. O autor de novelas como “Baila comigo” (1981) contou detalhes de sua então próxima trama, “Em família”, e afirmou que não pensa em aposentadora. “Trabalhar é uma maneira de conservar a vida”, ensinou.
2. Aguinaldo Silva
Antes da estreia de “Império”, o autor reiterou a vontade de resgatar a novela tradicional e escrever um “folhetim desvairado”. Ele falou da guinada que deu na carreira ao escrever “Senhora do Destino” em 2005, e admitiu ter ficado chateado com a direção da reta final de “Fina estampa” (2012). “Novela não é tese sociológica e nem jornalismo – denúncia”, resumiu.
3. Silvio de Abreu
Depois de 37 anos de experiência, o autor disse que não sofre para escrever novelas, falou da dificuldade para adaptar remakes — como a nova versão de “Guerra dos sexos” (2012) —, do gosto por supervisionar tramas, de como mantém o suspense em suas histórias, e admitiu que seu maior erro foi a novela “Filhas da mãe”, de 2001. “Se o público não gostou, está errado, era para gostar. A culpa é minha”, afirmou.
4. Gloria Perez
Pupila de Janete Clair, a autora revelou que gosta de escrever suas histórias de pé, e sozinha, e não entende os que escrevem em conjunto. Ela relembrou como reuniu forças para terminar a novela “De corpo e alma” (1992) após a morte da filha, Daniela Perez , e adiantou detalhes de sua então futura série “Dupla identidade”, afirmando que sua vida era marcada por audácias. “O despudor é mais do que necessário para o autor, ele é tudo”, pontuou.
5 . Walcyr Carrasco
O autor de “Amor à vida” contou como escreveu o beijo gay masculino que entrou para a história da TV. Ele falou da experiência de substituir Benedito Ruy Barbosa no fim de “Esperança” (2012) e que “odeia” ator que muda seu texto. “É uma prova de que ele não é bom, que não consegue por intenção no que está escrito”.
6. Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga
Organizado, Gilberto Braga contou que quase desistiu de escrever “Corrida do ouro” (1974), por estar sozinho e que, por isso, só gosta de trabalhar com equipe grande para “distribuir tarefas”. Também revelou o orgulho por “Insensato coração” (2011) e criticou “Dancin’ days” (1978). “A maioria dos capítulos era uma vergonha, embora a espinha dorsal fosse fortíssima”, analisou ele, que escreve “Babilônia”, próxima das 21h, ao lado de Ricardo Linhares e João Ximenes Braga (abaixo).
Responsável pelo remake de “Saramandaia” (2013), Ricardo Linhares contou que adora a coautoria, pois tem “prazer em dividir. De preferência ao som de música clássica ou jazz. Para Ricardo, não há consenso nas novelas. “De vez em quando a gente tem que desagradar ao público também, porque ele tem que se sentir surpreendido”.
Autor de “Lado a lado” (2012) com Claudia Lage, João Ximenes Braga contou ter percebido como a capacidade de atenção do público mudou ao longo dos anos, levando os autores a escrever cenas mais curtas, e que não consegue levar uma vida “normal” enquanto suas novelas estão no ar . “Em 2015, eu não saio de casa”, afirmou.
7. Carlos Lombardi
Atualmente na Record, onde estreou com “Pecado mortal” encerrada em maio, Lombardi reclamou que a classificação indicativa limitou os autores, falou de seu maior sucesso, “Quatro por quatro” (1994) e chamou “Vira lata” (1996) de catástrofe: “Mas aprendi muito, foi a novela que mais me ensinou”, analisou.
8. Maria Adelaide Amaral
Perder suas economias durante o governo de Fernando Collor foi o motivo que levou a autora de novelas como “Sangue bom” (2013) à tevê, como revelou. Ela contou, ainda, que foi parar por “acidente” no segmento das minisséries, e comentou que “Os Maias” (2001) foi o seu trabalho mais difícil. “Havia uma grande cobrança sobre a audiência que foi muito desgastante para mim”.
9. Tiago Santiago
Responsável pela trilogia “Os mutantes”, na Record, o autor defendeu o realismo fantástico presente na história, e comentou a experiência desgastante no SBT, onde fez “Amor e Revolução”. aprendi que uma novela pode e deve ser dramática, mas nunca trágica”.
10. Ana Maria e Patricia Morehtzon
Mãe e filha, e vizinhas, as autoras de “Malhação: Casa cheia” (2013) contaram como gostam de trabalhar com prazos e horários definidos, de como o parentesco interfere no processo de criação, e dos desafios de criar para jovens e para o horário das 17h. “Não pode faltar o gatinho, a galera da zoação, a patricinha e a mazinha que eles amam odiar”
11. Marcílio Moraes
Com contrato renovado com a Record, ele falou da minissérie “Plano alto”, e da vontade de fazer a segunda temporada de “A lei e o crime” (2009). Aos 70 anos, disse que sua forma de encarar o trabalho mudou e que as novelas estão em declínio. “Na década de 1970, a novela representava a resistência política aos enlatados. Mas hoje a tendência é outra.
12. Izabel de Oliveira e Filipe Miguez
Dupla por trás de “Cheias de charme” (2012) e “Geração Brasil”, os autores falaram sobre o processo de criação conjunta, dos planos de escrever separados e do que aprenderam como colaboradores.”